<img height="1" width="1" src="https://www.facebook.com/tr?id=1902477713099717&amp;ev=PageView &amp;noscript=1">
A NEC promoveu a série “Conexões”, em parceria com a Japan House e Eldorado FM, e trouxe além do seu CEO, outros líderes do setor, como Bradesco, XP e Deloitte para trazer suas visões sobre o caminho digital das instituições em um cenário cada vez mais disruptivo.

A transformação do setor financeiro: o que vem depois do Pix? Essa pergunta resume muito bem o importante momento de intensificar a virada digital na qual as instituições vêm trabalhando há bastante tempo, e ao mesmo tempo os desafios atuais.

Tradicionalmente na vanguarda da inovação e da aplicação de novas tecnologias, as empresas do setor financeiro, depois da chegada do Pix – e que representou uma enorme mudança em tradicionais modelos de negócio, com a adoção maciça do serviço pelos brasileiros, físicos e jurídicos – agora se preparam para um cenário de troca de informações sobre clientes. Isso vai possibilitar um redesenho de produtos e serviços, ancorados no modelo de Open Banking.

Em meio a esse cenário disruptivo, bancos e fintechs – empresas tradicionais e nascidas digitais, que lidam não apenas com contas e operações mais comuns, mas também com investimentos, empréstimos, moedas digitais, assessoria financeira, etc – vão se deparar com a necessidade de cativar o cliente cada vez mais exigente e conectado e entender suas necessidades. Ao mesmo tempo, a concorrência vai aumentar muito, entre quem já está no jogo e também com a entrada de novos players, empresas hoje fora dessa área, mas que poderão passar a oferecer suas próprias soluções financeiras – como varejistas, por exemplo.

Usar a alta tecnologia para desenhar jornadas, oferecer serviços diferenciados, mais adequados a cada necessidade, praticamente personalizados, baseados em intensa análise de dados e altos níveis de proteção das informações, são alguns dos caminhos que vêm sendo percorridos pelas instituições, cada vez com mais velocidade.

O último episódio de Conexões trouxe empresas líderes do setor financeiro brasileiro que se reuniram online para debater o tema: “A transformação do setor financeiro: o que vem depois do Pix”? com o objetivo de discutir o modelo e consequências do “Open Banking”.

O conteúdo da série está disponível no formato em texto neste documento, em áudio dividido em três partes do Podcast Start Eldorado, e também é oferecido pelo canal do YouTube da JapanHouse, todos produzidos e mediados pelo jornalista Daniel Gonzales. Acompanhe a conversa, conforme sua preferência:

Os palestrantes – André Cano, vice-presidente do Bradesco, responsável no banco pelas áreas de Infraestrutura/TI/RH, entre outras; Angelo Guerra, CEO da NEC Brasil; Eduardo Merighi, vice-presidente de Engenharia de Software da XP Inc.; e Sérgio Biagini, sócio-líder para a Indústria de serviços financeiros da Deloitte Brasil – trouxeram muitas informações e uma visão precisa dos próximos horizontes que se abrem para o setor.

Futuro desafiador e entusiasmante

Ao mesmo tempo do que desafiador, os executivos classificaram o futuro como entusiasmante.

Na busca por diversos nichos de clientes, oferecendo os mais variados tipos de serviços – de empréstimos a desbancarizados até financiamentos para grandes empresas, de contas com tarifa zero para novos consumidores até a aplicação de inteligência de dados para altos investidores, os principais pontos de atenção e desafios foram os seguintes:

Proteção das informações sensíveis, com olhar muito cuidadoso para a segurança, com a aplicação de alta tecnologia em múltiplas camadas e diversos níveis nas instituições e junto a dispositivos dos clientes.

Criação de serviços diferenciados sempre com pessoas no centro das jornadas digitais, com olhar atento para desafios para entender os clientes e suas demandas, aplicando-se análise de dados e inteligência artificial.

A chegada recente do Pix e suas possibilidades de realizar transferências instantâneas, 24 horas por dia e sete dias por semana, é um excelente exemplo da virada em tradicionais modalidades de serviço. Esse serviço é só um dos mais recentes exemplos da profunda disrupção que a alta tecnologia aplicada aos serviços bancários trouxe aos consumidores e também ao modelo de negócios das instituições, e serve como excelente exemplo para o planejamento de futuros modelos de negócio com uma demanda dos clientes gerando a aplicação de tecnologia para desenvolver um novo serviço.

Em um cenário de alta concorrência e bem mais aberto, com muito mais opções de diversos serviços à disposição, muitos desafios aguardam empresas bancárias tradicionais e digitais na busca por se diferenciarem no mercado e atraírem mais clientes.

O próximo ponto de virada deverá ser o modelo Open Banking, que tem como base a troca de dados entre instituições, visando a beneficiar o cliente. O consumidor de serviços financeiros poderá encontrar os produtos mais adequados às suas necessidades em diferentes organizações, mantendo um acompanhamento centralizado de suas informações financeiras, sempre com seu consentimento pleno e dando a ele o controle total de seus dados.

Desta forma, melhorar a experiência para o consumidor como um todo e transformar o setor financeiro com aplicação de alta tecnologia são dois dos caminhos que serão trilhados no futuro digital das instituições.

Necessidade do cliente antes da virada tecnológica – Cenário

Sempre tendo em vista as necessidades e vontades das pessoas, a tecnologia vem para auxiliar as instituições a criarem jornadas incríveis e envolventes para seus clientes, além de ser ferramenta para pensar muitas novas possibilidades de negócios. Como bancos tradicionais e digitais, fintechs de crédito e investimento podem fazer isso da melhor forma? – foi a primeira questão proposta aos executivos.

Angelo Guerra, da NEC, lembra em primeiro lugar que a aceleração dos processos digitais trazida com a pandemia pode e deve ser usada a favor pelas instituições, ao mesmo tempo em que essa aceleração digital vai gerar mais e mais preocupações (e consequentes investimentos) em segurança. “Se estudada qualquer tendência de mercado, seja de tecnologia, educação, saúde, nós avançaremos por 10 anos nesse período, o que é muito significativo”, analisa. “Isso também acontece no mundo bancário”.

Guerra cita dados da Febraban, de 2020, mostrando que o setor realizou um investimento de R$ 25 bilhões em tecnologia, dos quais R$ 2 bilhões foram dedicados à proteção e à segurança.

“Essa jornada de transformação que vem acontecendo no setor vai estar muito relacionada com essa conectividade, com as empresas mudando parte de seus data centers gigantescos para um mundo mais distribuído na nuvem. Então, a preocupação vira: proteger meu usuário, mas também os dados”.

O executivo traz ainda outro número, também referente a 2020, mostrando que o cibercrime está com suas atenções voltadas aos bancos: 27% de todos os ataques que aconteceram na rede foram direcionados ao setor financeiro e/ou seus clientes. “Toda essa questão da segurança vai puxar muito o investimento neste setor, daqui por diante”.

Sérgio Biagini, da Deloitte, considera que o modelo Open Banking terá o poder de mudar a dinâmica do mercado financeiro, “não só no sentido de as instituições realmente se tornarem centradas em cliente e realmente colocar o cliente no centro das suas atenções” – o modelo “user centric”, que é um desejo há muitas décadas – “colocando o consumidor no controle das suas escolhas e das suas decisões em relação a serviços financeiros”.

 

imagem-2-1Para ele, a evolução natural desse modelo vai acontecer no sentido de as instituições financeiras oferecerem serviços muito mais inteligentes, nos quais a agregação dos dados de clientes que serão compartilhados entre as empresas poderá gerar muito mais facilidade aos consumidores (lembrando que o modelo prevê a concordância expressa destes para que suas informações pessoais sejam compartilhadas).

“Isso vai fazer com que a indústria como um todo se mova de um modelo que é bastante transacional, orientado a transações, para um modelo cada vez mais voltado ao aconselhamento, ajudando de fato o cliente a cuidar de sua vida financeira”.

O ecossistema digital de informações também vai ser bastante aprimorado com a entrada em funcionamento do Open Banking, segundo Biagini, com o que ele chama de “conexões de APIs” (interfaces de programação que possibilitam a integração e/ou conexão de serviços).

“Essas interfaces podem ser usadas de várias formas e gerar novos modelos de negócios. Então, começamos a ver a indústria financeira também estendendo cadeias de valor nas jornadas de consumo de produtos financeiros” – como um financiamento, por exemplo. Neste exemplo, serviços complementares, como seguros, poderão ser planejados e oferecidos.

Princípios do Open Banking

target-audience

Movimento catalisador que obriga as instituições a serem centradas no cliente e não no produto

target-1

O foco não está apenas no compliance regulatório

analytics

Arquitetura nova e aberta alavancada pela capacidade de análise de dados

banking-system

Operações fora do sistema tradicional dos bancos

idea-1

Autonomia e capacidade para inovar nos modelos de negócio e nas cadeias de valor

rocket

Alavancagem da marca, dos ativos e das capacidades atuais

(Fonte: Deloitte)