Brazil
Construindo cidades para o futuro:
Os pilares da tecnologia, inovação e segurança na vida urbana
Introdução
Trânsito lento, pouca mobilidade, poluição sonora e ambiental. Esse é apenas um vislumbre de uma longa lista de problemas enfrentados em grandes cidades ao redor do mundo; os acontecimentos globais dos últimos anos nos ensinaram como, em grande maioria, os centros urbanos não são flexíveis o suficiente para responder rapidamente a eventos inesperados.
Em contrapartida, a pandemia provocada pelo Covid19 e a exigência por ações sustentáveis tem fomentado o desenvolvimento de iniciativas focadas em habilitar soluções tecnológicas nas cidades.
Um dos motivos que podemos ressaltar para isso, além dos grandes conhecidos do público, é o declínio da população vivendo em áreas rurais, com o influxo para as cidades urbanizadas, que representará um grande desafio para governos e suas administrações. Segundo dados da ONU, em 2050, 68% das pessoas irão viver nos centros urbanos.
Em um novo ecossistema em que milhões de smartphones, sistemas de monitoramento, câmeras, alerta de segurança e equipamentos industriais, de saúde e corporativos precisam coexistir de maneira conectada e harmônica, o desenvolvimento das cidades inteligentes se torna essencial para garantir maior qualidade de vida para a sociedade.
Mas afinal, o que são as Cidades Inteligentes, quais as tecnologias que elas precisam possuir e quais setores que podem se beneficiar dessa evolução? Continue lendo para entender!
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01.
O que são as Cidades Inteligentes?
As smart cities são espaços urbanos que utilizam tecnologia e dados para desenvolver um ambiente altamente conectado e sustentável. Com o objetivo de fornecer maior qualidade de vida para seus habitantes, elas utilizam a coleta de informações para alimentar análises em tempo real e traduzi-las em ações, alertas e insights.
Como coloca a McKinsey, para termos uma cidade inteligente é preciso que três camadas trabalhem em conjunto, sendo elas:
- Base de tecnologia: a infraestrutura crítica de smartphones e sensores conectados pela rede de comunicação em alta velocidade.
- Aplicações específicas: softwares e aplicativos que traduzem todos os dados coletados para estudar possíveis padrões das mais variadas atividades e serviços de uma cidade.
- Uso real pelas governanças, empreendimentos e sociedade: essas cidades dependem que suas aplicações sejam amplamente utilizadas, obtendo uma amostragem avançada para realmente entender esse ecossistema.
Tendo como ponto de partida o interesse público, as smart cities já mostram ser o próximo passo de como vivemos nos centros urbanos, principalmente em um momento em que a população mundial está em constante crescimento.
Com a aplicação de uma gestão moderna e sustentável, serviços cruciais como distribuição de água e energia, mobilidade urbana e segurança pública se tornam muito mais capazes de atender às necessidades únicas de cada região e até mesmo de bairros específicos.
Start Eldorado: A Jornada das Smart Cities
Acompanhe os programas especiais sobre o desenvolvimento das cidades inteligentes e sua aplicação prática com a participação dos especialistas Anderson Farias, prefeito de São José dos Campos; Daniel Córdoba e Aurílio Caiado, respectivamente secretários municipais de São Caetano do Sul e Campinas; Márcia Ogawa, líder da Deloitte; e Elias Reis, Smart Cities Business Development Manager na NEC Brasil.
02.
Tecnologias fundamentais em Smart Cities
Quando se fala de conectividade nas cidades inteligentes, isso significa que tudo está interligado. Desde sistemas de trânsito, câmeras de monitoramento até rede de água e energia. Para que isso aconteça, é fundamental que exista o investimento em certas tecnologias que habilitem a construção de um ecossistema moderno.
De acordo com o Hype Cycle for Smart City Technologies and Solutions, 2022 do Gartner, certas soluções já provaram seu impacto no mercado e começam a se estabelecer de maneira ampla. Como podemos ver, o 5G e estruturas de cidades inteligentes (Smart Cities Framework, em inglês) estão em uma posição mais madura quando comparadas a infraestrutura inteligente conectada (Intelligent Connected Infrastructure).
Isso demonstra o dinamismo que as soluções e tecnologias que irão moldar as cidades inteligentes estão localizadas, um cenário em que muitas podem até se tornarem obsoletas antes de atingirem seu platô de produtividade.
Fonte: Gartner
No entanto, é certo que certas tecnologias têm um grande impacto no desenvolvimento das cidades inteligentes, permitindo que todo tipo de informação seja coletada, sendo elas a Internet das Coisas e a infraestrutura de comunicação.
Internet das Coisas (IoT)
O uso de dispositivos IoT, como sensores, luzes e medidores inteligentes conectados são itens centrais para que seja possível coletar e analisar os principais dados gerados – além de permitir que essas práticas sejam escaladas de maneira bem mais rápida.
Haverá cerca de 3,74 bilhões de conexões IoT em todo o mundo até 2025
Fonte: Insider Intelligence
Em meio a esse emaranhado de equipamentos conectados, cabe à internet das coisas habilitar um gerenciamento inteligente de setores importantes da gestão pública, como: transporte, qualidade do ar e envio de resíduos.
Infraestrutura de Rede Avançada
Para alcançar a visão e potencial do uso de tecnologias como o IoT, é fundamental contar com a expansão de redes capazes de receber e enviar um volume grande de informações, como as redes de fibra óptica e 5G.
Ponto crucial para impulsionar inovação nas cidades inteligentes, mas também para desenvolver um ambiente capaz de atender as necessidades de uma sociedade mais digital e conectada.
CitySensAI: a solução para orquestração de cidades inteligentes.
Qual a melhor maneira de visualizar todos os dados gerados pelas atividades modernas nas smart cities?
A implementação de uma gestão moderna e conectada vai além de apenas coletar informações, é fundamental que exista todo um sistema preparado para analisar padrões, identificar novas possibilidades e permitir a tomada de decisões em tempo real.
O CitySensAI é uma plataforma de orquestração de cidades que desenvolvida inteiramente por engenheiros da NEC na América Latina, focando em solucionar problemas de cada região e permitir o monitoramento constante de todas as camadas de uma região.
Com a sua versatilidade, o CitySensAI orquestra múltiplos sistemas, sensores IoT e dispositivos conectados a partir de uma única plataforma, possibilitando a integração de diversas tecnologias que compõem o ecossistema de uma cidade inteligente.
A qualidade de vida é um dos principais pontos atrelados ao desenvolvimento de cidades modernas, onde a crescente demanda por espaços sustentáveis e autossuficientes exige que encontremos uma nova maneira de administrar espaços públicos e privados – e integrá-los.
Dessa maneira, investir em tecnologia como o CitySensAI representa uma etapa importante para alcançar esse objetivo com inteligência, já que a plataforma é capaz de gerar relatórios e alertas que fornecem informações para a tomada de decisões conscientes.
Integra informações de diferentes fontes de dados confiáveis
Fornece indicadores de desempenho que permitem a tomada de decisões conscientes
Possibilita a participação na administração pública, capacitando os cidadãos
Moderniza cidades por meio da inovação tecnológica e transformação digital
Otimiza os ativos e recursos das cidades
Melhora a eficiência estabelecendo regras e procedimentos automatizados
03.
Setores transformados pelas cidades inteligentes
Em um momento em que a população mundial passa por mudanças significativas, seja por conta de seu envelhecimento rápido, maior densidade de espaços urbanos e até mesmo impacto das mudanças climáticas, as cidades inteligentes demonstram um caminho para integrar de maneira sustentável todas as pessoas.
No entanto, o impacto da tecnologia nas cidades inteligentes vai muito além. As soluções que vemos em ação fomentam o desenvolvido em áreas como:
Mobilidade Urbana
Diariamente, milhões de pessoas ao redor do mundo possuem a mesma rotina: precisam sair de casa e utilizar o transporte público ou veículo próprio para chegar ao seu destino. Em casos de grandes metrópoles, como Nova Iorque, São Paulo e Los Angeles, esperar pelo fim do horário de pico é algo irreal, já que são cidades com tráfego intenso e contínuo ao longo do dia.
Por isso, construir espaços pensados para pessoas passa primordialmente por criar sistemas de transporte inteligente e compartilhado, onde o monitoramento do tráfego em tempo real permite a otimização de rotas para criar um ambiente que dê mais escolhas para a população.
Segundo estudo da McKinsey, as cidades que implementaram aplicações de mobilidade inteligente terão o potencial de reduzir o tempo de deslocação entre 15% e 20%, em média, até 2025.
Na prática, isso representa menos tempo no trânsito, mais bicicletas nas ruas e menos impacto de geração de gás carbono no ar – fator que impacta diretamente a saúde das gerações futuras da sociedade.
Energia e Gestão Ambiental
Nas cidades inteligentes, a gestão de energia eficiente e renovável desempenha um papel fundamental na promoção da sustentabilidade.
Através do uso de tecnologias avançadas, como sistemas de iluminação e climatização inteligentes, bem como a integração de fontes de energia renovável, como painéis solares, essas cidades conseguem reduzir significativamente seu consumo de energia proveniente de fontes não renováveis.
Além disso, edifícios inteligentes, equipados com sensores e sistemas de automação, otimizam o uso de recursos energéticos, garantindo eficiência máxima. Isso não apenas diminui os custos operacionais, mas também contribui para a redução da pegada de carbono, as tornando líderes na busca por um ambiente urbano mais limpo e sustentável.
Segurança pública
Áreas centrais de grandes cidades comumente representam espaços de alta instabilidade de segurança, criando um ciclo contínuo de baixo desenvolvimento e consequentemente pouco uso pelo público geral.
Por isso, integrar tecnologias de IoT, inteligência artificial e análises de dados permite desenvolver uma rede capaz de oferecer rápida resposta a situações de emergência e maior eficiência nas operações de segurança pública.
04.
Desafios e considerações para cidades inteligentes no Brasil
A promoção de tecnologia como ponto de partida para o desenvolvimento de cidades brasileiras é um tema que já vem sendo abordado há alguns anos por especialistas e gestores, com isso, vemos um crescente número de projetos e iniciativas digitais em locais em todo o país.
Segundo o estudo Insights sobre Cidades Inteligentes no Brasil para formuladores de políticas e gestores públicos, desenvolvido pela Deloitte e encomendado pela NEC, a conectividade está entre os principais facilitadores para essa nova realidade.
Isso porque 100% da população brasileira já está coberta por uma das tecnologias móveis (2G, 3G, 4G ou 5G) e dos 5570 municípios, 5157 já possuem cobertura 4G, de acordo com a Teleco.
Ranking de Cidades Inteligentes e Conectividade
(a) Urban Systems e Necta | (b) Conexis | |
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1º Curitiba (PR) | 1º Ponta Grossa (PR) | |
2º Florianópolis (SC) |
2º Porto Alegre (RS) |
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3º São Paulo (SP) |
3º Curitiba (PR) |
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4º São Caetano do Sul (SP) |
4º São José dos Campos (SP) |
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5º Campinas (SP) |
5º Uberlândia (MG) |
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6º Brasília (DF) |
6º Jacareí (SP) |
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7º Vitória (ES) |
7º São Paulo (SP) |
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8º Niterói (RJ) |
8º Joinville (SC) |
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9º Salvador (BA) |
9º João Pessoa (PB) | |
10º Rio de Janeiro (RJ) |
10º Chapecó (SC) |
No entanto, bem como em cidades ao redor do mundo ou no Brasil, há desafios e situações que precisam ser considerados para garantir que as smart cities possam atingir todo o seu potencial.
Privacidade e Segurança de Dados
As cidades inteligentes dependem da coleta e análise de dados das mais variadas fontes. Por isso, gestores e profissionais de tecnologia precisam ter em mente como promover a segurança dessas informações.
Garantir o armazenamento correto dos dados, implementação de medidas de segurança e mapeamento constante de riscos é crucial para não haver graves problemas, mas principalmente que afete a confiança da sociedade.
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é um marco na história recente do país, atuando como uma camada de segurança para todo esse ecossistema, além de criar diretrizes para que as informações sejam tratadas de forma responsável.
Leia mais: Sem política de longo prazo, Brasil não avançará em cidades inteligentes, diz NEC
Barreiras Técnicas e Tecnológicas
A pandemia acelerou o processo de digitalização em toda a América Latina. Com a conectividade chegando mesmo nos pontos mais remotos do Brasil, pessoas puderam acessar um leque de serviços antes não disponíveis como educação, saúde, financeiro e entretenimento.
Todavia, ignorar as características únicas das infraestruturas locais pode criar silos de cidades com baixa maturidade e travar a inovação. Entre alguns dos pontos que podem afetar as smart cities estão:
01.
Soluções legadas e proprietárias
02.
Silos e bases de dados espalhadas
03.
Falta de padronização de protocolos, tecnologias e arquitetura de referência
Com isso, torna-se um grande desafio combinar as diferentes tecnologias usadas pelas cidades brasileiras, além de integrar os dados coletados e gerenciá-las como uma plataforma única que permita tomar decisões em tempo real. Mapear essas situações é peça fundamental para possibilitar o surgimento e sucesso das cidades inteligentes.
05.
Exemplos de cidades inteligentes no mundo
Muitas cidades ao redor do mundo já estão abraçando a tecnologia para o planejamento de seus espaços públicos. Com a estimativa da ONU de que 70% de toda a população passe a viver nas áreas urbanas até 2050, a necessidade de redes de transporte urbano mais inteligentes, sistemas de água e energia sustentáveis e de edifícios com elevada eficiência energética é mais crítica do que nunca.
O estudo Digital Cities Index 2022 lista um ranking de cidades que se destacam em quatro pilares: conectividade, serviços, cultura e sustentabilidade, mostrando como há vários exemplos de municípios que aplicam os principais conceitos das smart cities.
Digital Cities Index 2022 | |
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Estudo listou 30 cidades que se destacam nos pilares de conectividade, serviços, cultura e sustentabilidade |
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1. Copenhague, Dinamarca | |
2. Amsterdã, Holanda | |
3. Pequim, China | |
4. Londres, Reino Unido | |
5. Seul, Coreia do Sul |
Ainda que cidades da América Latina ainda não apareçam no topo do ranking, podemos ver como a região tem se preparado para implementar tecnologias que apoiam o desenvolvimento das smart cities.
No estudo, São Paulo ocupa a 24ª posição com 50,7 pontos, enquanto Buenos Aires conquista o 26º lugar com 45,1 pontos. Números que salientam o avanço que essas metrópoles tem conquistado ao longo dos anos.
A NEC tem fornecido inúmeras tecnologias e soluções de alta capacidade para orquestrar iniciativas inteligentes em todo o mundo, desde Tóquio, Lisboa até mesmo na maior cidade do Brasil, São Paulo.
Paradas Seguras – San Martín, Buenos Aires, Argentina
A cidade argentina conta com 120 totens de emergência e paradas seguras de ônibus urbanos, desde 2021. Com isso, os mais de 400 mil habitantes podem contar com mais segurança nas ruas.
O Centro Municipal de Operações e Monitoramento da cidade é alimentado pelo CitySensAI, o orquestrador de múltiplos sistemas, sensores e dispositivos desenvolvido pela NEC que permite a integração entre diversas tecnologias, e garante a interoperabilidade.
Soluções Integradas para Aeroportos RIOgaleão – Aeroporto Internacional Tom Jobim
Ao receber mais de 400 voos por dia e até 17 milhões de pessoas ao ano, a gestão do Aeroporto Tom Jobim precisava proporcionar uma experiência de qualidade para os visitantes, além de garantir a segurança em todo seu espaço.
Com o apoio da NEC, foi criado um Centro Integrado de Operações que monitora todo o sistema de missão crítica e o mantém operando interruptamente.
Centro de Operações – Cidade de Tigre, Argentina
Destino de turistas e população local durante finais de semana, Tigres tinha como principal desafio monitorar seu perímetro e proporcionar segurança a todos.
Para isso, a NEC desenvolveu um projeto que instalou mais de 2000 câmeras junto com a implementação de um centro de operações capaz de analisar em tempo real todos os dados recebidos.
Japan House, São Paulo
Espaço de troca de conhecimento e cultura, a Japan House possui um alto fluxo de visitantes, principalmente aos finais de semana.
O sistema de inteligência artificial em vídeo e a plataforma de reconhecimento facial da NEC, oferecem uma maneira mais eficiente e rápida para o reconhecimento de perfis dos frequentadores, que poderão desfrutar de uma experiência personalizada.
06.
Rumo ao Futuro: Tendências e inovações dos próximos anos
O futuro será digital. O mercado de trabalho, atividades de lazer, educação e até mesmo cuidados com a saúde são algumas das áreas que irão utilizar todo o potencial da tecnologia. Diante deste grande ecossistema, cabe às cidades a missão de construir a infraestrutura necessária para conectar cada vez mais todos os aspectos da vida da sociedade – para todos.
Segundo estudo da Statista, a receita global projetada para tecnologias, produtos e serviços de cidades inteligentes deverá atingir 89 bilhões de dólares em 2023. No entanto, a previsão para 2028 é de que esse valor represente 165 bilhões de dólares.
Um claro sinal de que empresas ao redor do mundo estão investindo em soluções inteligentes para apoiar a jornada de modernização das cidades. Entre algumas das tendências que podem chegar nos espaços urbanos estão:
Inteligência Artificial e Machine Learning
Ainda que o uso de inteligência artificial não seja algo novo quando falamos de cidades inteligentes, novas tecnologias e soluções tem permitido que gestões possam promover um nível ainda maior de integração entre sistemas e redes.
O uso de algoritmos de machine learning promove insights ainda mais assertivos sobre os padrões de comportamento das pessoas, o que se traduz em uma gestão mais sustentável, eficiente e com uma economia bem maior de seus recursos financeiros.
Policiamento preditivo
Operação e gestão de cidades
Criação de twin cities
Monitoramento de sistema de trânsito
Análise do sistema climático e acionamento de alertas
Otimização de uso de energia e água
Integração de sistemas e redes para uma experiência urbana holística
Com cada vez mais exemplos positivos de cidades inteligentes pelo mundo, empresas e gestões públicas lançam seu olhar para uma dúvida válida e importante: como podemos otimizar as redes das smart cities?
A implementação de diferentes microsserviços, dados de várias naturezas e até mesmo a maturidade de cada país impacta significativamente quais soluções são escolhidas para melhor atender seus projetos.
Data Center
Public Cloud
Redes IoT
Link de Rádio
Fibra Óptica